terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Problemas de coração serão causa de 30% das mortes até ano de 2020

Pesquisa mostra que obesidade abdominal lidera fatores de risco

Até 2020, os problemas do coração vão representar cerca de 30% de todas as mortes do mundo. A conclusão é de uma pesquisa recente feita pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) que chama a atenção para o aumento acelerado de óbitos por doenças cardíacas. Especialistas alertam que, entre as principais causas dos problemas coronarianos, está a obesidade abdominal, calculada através da medida da cintura. Os casos de obesos com problemas cardíacos é duas vezes maior do que pessoas com índice de massa corporal adequado.

A obesidade é considerada hoje uma doença crônica e um problema de saúde pública que atinge milhões de pessoas em todo o mundo, uma verdadeira pandemia. Os números são alarmantes: em todo o mundo cerca de 50% a 75% da população tem sobrepeso – índice de massa corpórea (IMC) que varia entre 25 e 30. Nos Estados Unidos, país com maior número percentual de obesos, 28% das mulheres e 24% dos homens sofrem com o problema.

A endocrinologista e gerente médica de um laboratório farmacêutico, Michelle França, diz que se as pessoas adotassem um estilo de vida mais saudável, o número de mortes seria bem menor. De acordo com a especialista, medidas simples como alimentação equilibrada, exercícios físicos e acompanhamento médico poderiam evitar as complicações cardiovasculares. “Os brasileiros estão adotando a cultura americana e esquecendo o típico prato de feijão, arroz, salada e carne. Essa tendência só faz com que os índices de obesidade cresçam”, pontua.

Pesquisa IBGE - A última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que 40% dos adultos brasileiros estão acima do peso. Dado considerado preocupante pela SBC, já que quanto maior a quantidade de gordura no organismo, maiores as chances de desenvolver doenças como diabetes, infarto e derrame. Segundo a SBC, aproximadamente 75% das patologias do coração estão ligadas a fatores de risco, dentre eles a obesidade.

Para a endocrinologista, é preciso investir rapidamente em políticas públicas para diminuir os índices de obesidade no Brasil. “Se não houver um controle, a tendência é que as pessoas se tornem cada vez mais gordas e, conseqüentemente, morram mais de problemas de coração”. Ela ressalta que o excesso de peso é um fator de risco muito grave para doenças cardíacas por que ele, comumente, está agregado a outros fatores como hipertensão, diabetes, colesterol alto e a gordura abdominal. “Esse último, então, é um grande vilão. É preciso muito cuidado com esse excesso na região da barriga”, diz França.

A obesidade se divide em andróide e ginóide. A primeira acontece quando o corpo adquire formato de maçã, com maior acúmulo de gordura visceral. Esse tipo é mais perigoso e está diretamente relacionado a doenças cardiovasculares e metabólicas. Já na ginóide, o corpo assume o formato de pêra, com gordura concentrada nos quadris e coxas, atingindo principalmente as mulheres. Nesse caso, existe um risco maior de artrose e varizes. “Daí por que, os homens sofrem mais de problemas do coração do que as mulheres”, finaliza a especialista.

***

VALORES DE REFERÊNCIA

Medida normal para circunferência da cintura

Até 94 cm em homens
Até 80 cm em mulheres

Um aumento de 10cm na circunferência da cintura eqüivale a um risco 30% maior de doença cardiovascular.

Graus de obesidade

Nem toda obesidade é igual. Há diferentes graus, conforme o Índice de Massa Corporal (IMC), obtida pela divisão do peso (kg) pela altura (m) elevada ao quadrado. Confira:

IMC menor que 25: normal
IMC de 25 a 29,9: sobrepeso
IMC de 30 a 34,9: obesidade grau I
IMC de 35 a 39,9: obesidade grau II
IMC de 40 ou mais: obesidade grau III ou mórbida

Fonte: Correio da Bahia

Nenhum comentário:

Postar um comentário