quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Alimentação pode diminuir risco de câncer de colo, revela USP

Comer cinco porções diárias de frutas, verduras e legumes nas cores verde-escuro, amarelo, laranja e vermelho pode diminuir os riscos de desenvolver câncer de colo de útero. É o que indica uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP).

O estudo também mostrou que a dieta pode ser usada na prevenção de doenças do coração e de outros tipos de câncer. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que o câncer de colo de útero é o segundo tipo de câncer mais comum nas mulheres brasileiras (só fica atrás do câncer de mama) e a quarta causa de morte pela doença no Brasil.

A pesquisadora Luciana Yuki Tomita, 31 anos, comparou a alimentação de pacientes com câncer de colo no útero com a de mulheres sem a lesão. Durante três anos, foram ouvidas 1.378 mulheres atendidas em dois hospitais públicos da capital paulista. “As pacientes com câncer comiam muito pouco destes alimentos, enquanto as sadias comiam mais. Com a ingestão de hortifrúti coloridos, elas têm uma redução de 50% no risco de desenvolver a doença”, afirma.

Durante a pesquisa, também foram colhidas amostras de sangue das mulheres para identificar a quantidade de licopeno (substância que dá o tom avermelhado em alimentos como a beterraba). “Nas pacientes com câncer, a concentração encontrada foi quase nula em comparação com as mulheres sem a doença”, explica Luciana.

Há outros fatores, além da alimentação, que aumentam a chance de aparecimento do câncer. “Provavelmente, o fumo faz crescer a produção de radicais livres. O uso de anticoncepcional por mais de dez anos também diminui a concentração no sangue da substância que combate os radicais livres, o caroteno”, conta Luciana.

O paciente que pretende melhorar a saúde por meio da dieta deve incluir cores diferentes no prato. Segundo Luciana, folhas de cor verde-escuro, além de legumes e frutas nos tons laranja e amarelo previnem o câncer de colo de útero porque concentram caroteno. “Ele combate os radicais livres que diminuem a imunidade do corpo. O resultado é o aumento da resistência do organismo, o que evita que as células desenvolvam o câncer”.

O diretor do Hospital Pérola Byington, Luiz Henrique Gebrim, ressalta que comer só estes alimentos não é suficiente para impedir o aparecimento do câncer. “A mulher terá uma proteção a mais se comer esses alimentos, mas não quer dizer que ela não terá o câncer. Não basta também comer só caroteno porque o fígado pode ser afetado”, diz Gebrim. Para estimular a imunidade do corpo, o médico recomenda, além de dieta, a prática de atividade física.

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