terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Simpósio aponta novos rumos dos probióticos

Em simpósio realizado no Japão, pesquisadores apresentaram trabalhos relacionados às células epiteliais da mucosa intestinal

São Paulo, 10 de dezembro de 2007 - Ao longo das últimas décadas, vários pesquisadores conseguiram comprovar, por meio de estudos, a ação das bactérias probióticas para a estimulação do sistema imunológico dos indivíduos. Agora, os cientistas tentam demonstrar como o sistema imune responde a essa ação para se manter mais resistente aos ataques de bactérias patogênicas. Esse foi o principal assunto discutido durante a 16a edição do simpósio realizado em novembro em Tóquio, no Japão, com patrocínio da Fundação Yakult de Biociências, com o apoio do Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia do Japão.

Com o tema 'Intestinal Flora and Gut Barrier System' (Microbiota e Sistema da Barreira do Intestino), o encontro reuniu cientistas, médicos, profissionais de saúde e pesquisadores. A Yakult do Brasil foi representada pelo diretor Ryoju Misuno e pela gerente Yasumi Ozawa Kimura, do Departamento de P&D, e levou como convidado o gastroenterologista e diretor clínico do Hospital Santa Cruz, Luiz Maruta.

"Já é sabido que o intestino é o maior órgão do sistema imunológico e que tem importância fundamental para a saúde humana. O que os pesquisadores buscam, agora, é descobrir como as células de defesa localizadas no epitélio da mucosa do intestino são estimuladas através dos probióticos", afirma a farmacêutica-bioquímica Yasumi Ozawa Kimura.

A especialista lembra que, quando um indivíduo ingere um produto com microrganismos probióticos - como os Lactobacillus casei Shirota, exclusivos da Yakult e base do leite fermentado que a empresa produz desde 1935 - a membrana que reveste os Lactobacillus confere resistência à passagem pelo suco gástrico do estômago e permite que eles cheguem vivos em grande quantidade aos intestinos.

"Antes, os cientistas achavam que os Lactobacillus liberavam apenas o ácido láctico e, como conseqüência, diminuíam a população de bactérias nocivas e a quantidade de toxinas por elas produzidas, favoreciam o aumento dos microrganismos benéficos e melhoravam o ambiente intestinal. Mas há evidências científicas de que existem outras substâncias presentes nesses microrganismos que estimulam as atividades das células imunológicas presentes nas células epiteliais da mucosa intestinal", afirma.

Yasumi conta que os pesquisadores japoneses e europeus estão muito avançados nas pesquisas e que a Yakult investe pesadamente para desvendar outras propriedades dos Lactobacillus casei Shirota, tanto no Instituto Central de Pesquisas Microbiológicas localizado nos arredores de Tóquio, no Japão, quanto no Centro de Pesquisas da Yakult na Bélgica.

"A Yakult obteve sucesso na decodificação das bases seqüenciais do genoma do L. casei Shirota e trabalha para analisar os mecanismos em nível molecular das propriedades dos probióticos", acrescenta. Atualmente, a Yakult desenvolve um método que permite visualizar os diferentes microrganismos em cores distintas por meio da técnica da fluorescência, e as suas diferentes características são identificadas em nível genético, sem a utilização dos tradicionais meios de cultura.

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