segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Pesquisa avalia implantação de ações educativas para controle da obesidade

Com o objetivo de verificar se as ações educativas em nutrição para o controle da obesidade ocorrem de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde (MS) e avaliar o contexto no qual estão inseridas, a aluna de mestrado em Saúde Pública Aline Leal realizou o estudo 'Avaliação da implantação das ações educativas em nutrição para controle da obesidade: estudo de caso em duas unidades de saúde do Município do Rio de Janeiro'. Ela constatou que algumas ações de educação nutricional no atendimento em equipe direcionado a adultos obesos foram parcialmente implementadas de acordo com as diretrizes do MS.

Sob a orientação da pesquisadora Elizabeth Moreira dos Santos (Densp/ENSP), Aline realizou o estudo de caso em duas unidades básicas de saúde do município do Rio de Janeiro: uma localizada na zona norte e outra na zona sul da cidade. Segundo a aluna, a escolha do município foi feita devido às altas prevalências de obesidade em relação a outras regiões. Foram escolhidas duas unidades consideradas modelos no tratamento da nutrição, de acordo com o Instituto de Nutrição Annes Dias (INAD), órgão responsável por toda área de nutrição do município do Rio de Janeiro, e centralizador das ações educativas em nutrição em parceria com o MS.

De acordo com Aline, o MS recomenda um trabalho interdisciplinar. "Muitos profissionais lidam com obesos, não só em grupo como individualmente. O profissional, por exemplo, que recebe um paciente com hipertensão, se este paciente estiver com sobrepeso ou obeso, faz parte da conduta do profissional encaminhá-lo à nutrição. Se for o caso, o nutricionista deve encaminhá-lo para a psicologia, e assim por diante. É muito importante que esse fluxo esteja interligado". Para o MS, a troca de experiências e a construção de um trabalho em conjunto entre os profissionais de saúde é fundamental para o bom desenvolvimento das ações educativas.

De acordo com a nutricionista, foi feito um trabalho de pactuação. "Foram realizadas diversas conversas com as nutricionistas das duas unidades básicas sobre o projeto de avaliação, sobre o que elas achavam importante melhorar e sobre o papel delas no programa."Meu objetivo na entrevista com as profissionais era saber quais eram as perspectivas em relação ao programa. Também queria saber se a construção de uma proposta de avaliação poderia contribuir para a melhoria do programa".

As informações em relação à caracterização dos pacientes que frequentavam o serviço de nutrição e a procura de atendimento para a obesidade foram colhidas em entrevistas com os profissionais envolvidos nas ações, nas observações nas atividades em grupo e por meio de análise documental. Durante a observção das ações educativas em grupo, dentre outros fatores, objetivava-se capturar a dinâmica da relação entre o profissional e o paciente. A aluna destacou que ter uma relação mais aberta com o paciente e fazer com que ele dialogue abertamente com o profissional de saúde também faz parte do que o MS preconiza nas ações educativas.

Para a nutricionista, mudar o hábito alimentar de uma pessoa é uma questão muito complicada. O paciente obeso não tem um problema apenas em relação ao excesso de peso; são vários problemas relacionados. Provavelmente, existe um histórico familiar de obesidade. Em muito casos, existem problemas psicológicos e, de acordo com Aline, um fato muito destacado nas entrevistas foi a compulsão alimentar desencadeada pelo estresse. "Não adianta a nutricionista prescrever uma dieta. Essa orientação deve envolver outros aspectos do cotidiano dos usuários, como o próprio guia para o tratamento da obesidade, a promoção alimentação saudável, o estimulo à prática de exercícios físicos e, principalmente, levar em conta a questão da autoestima e da inclusão social", ressaltou a nutricionista.

Segundo Aline, a avaliação de implantação em questão foi realizada em duas etapas: a caracterização do grau de implantação e a explicação da variação no grau de implantação baseado na influência dos contextos e da construção das hipóteses. Aline observou nos dois casos, que a intervenção se encontra de forma geral, parcialmente implantada, e ambos apresentam fragilidades em aspectos diferentes.

De acordo com a aluna, a estrutura urbana e de lazer, a escolaridade e a violência estão associadas tanto a episódios de compulsão alimentar quanto à procura pelo serviço de saúde. "A proposta da avaliação é envolver os profissionais e gestores para que seus achados sejam utilizados na melhoria do programa", finalizou.

Fonte: ENSP

Um comentário:

  1. olá.. estava visitando uns blogs e encontrei o seu. Gostei mt e estou te seguindo.. Tbm tenho um blog sobre nurtição.. da uma passadinha lá.
    ;]

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